XX Congresso Brasileiro de Primatologia

Dados do Trabalho


Título

Cuidados aloparentais de muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) no manejo ex situ

Corpo do texto

<p>Cuidar de um infante &eacute; uma tarefa exigente, principalmente para a m&atilde;e, que, al&eacute;m de prote&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m prov&ecirc; alimenta&ccedil;&atilde;o. Como resultado, algumas esp&eacute;cies de mam&iacute;feros apresentam taxas elevadas de cuidado aloparental, onde outros indiv&iacute;duos participam do cuidado dos filhotes. Nos primatas, o cuidado aloparental est&aacute; associado a taxas reprodutivas mais altas e a um r&aacute;pido desenvolvimento dos filhotes. No entanto, nem todas as esp&eacute;cies apresentam esse tipo de cuidado por parte de outros indiv&iacute;duos, uma vez que a m&atilde;e investiu uma quantidade significativa de energia na gesta&ccedil;&atilde;o e na nutri&ccedil;&atilde;o da prole e os cuidadores podem ser menos sol&iacute;citos ou menos competentes. Os muriquis-do-norte [<em>Brachyteles hypoxanthus</em>], maiores primatas n&atilde;o-humanos das Am&eacute;ricas, vivem em grupos n&atilde;o monog&acirc;micos e, apesar de sua natureza altamente social, o cuidado aloparental n&atilde;o &eacute; t&atilde;o frequente. No Muriqui House, projeto de manejo&nbsp;<em>ex situ&nbsp;</em>para esta esp&eacute;cie em Ibitipoca/MG, foi registrado o nascimento do primeiro filhote de muriqui-do-norte<em>&nbsp;ex situ</em>. Durante os quatro primeiros meses, foi realizada a coleta de dados diariamente atrav&eacute;s dos m&eacute;todos de observa&ccedil;&atilde;o&nbsp;<em>animal focal</em>,&nbsp;<em>scan sampling</em>&nbsp;e&nbsp;<em>ad libitum</em>. Foi poss&iacute;vel observar todo o grupo, composto inicialmente por dois machos adultos e duas f&ecirc;meas adultas, envolvidos no cuidado com o filhote. Foram observados 26 eventos de aloparentalidade, divididos em: acompanhar o filhote enquanto este explorava o ambiente (n=5), carreg&aacute;-lo e transpor dist&acirc;ncias at&eacute; a m&atilde;e (n=20) e ir ao socorro do filhote quando este chorava (n=1). Este relato destaca a alta receptividade e toler&acirc;ncia dos indiv&iacute;duos do grupo com o infante, por&eacute;m mais estudos s&atilde;o necess&aacute;rios para se entender a natureza disso, seja por fatores espec&iacute;ficos encontrados neste manejo<em> ex situ</em>, a composi&ccedil;&atilde;o da demogr&aacute;fica ou por outras raz&otilde;es n&atilde;o identificadas. Essas informa&ccedil;&otilde;es podem ajudar a qualificar o manejo aplicado &agrave; conserva&ccedil;&atilde;o da esp&eacute;cie.</p>

Financiadores

<p>Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB):&nbsp;Ibitipoca Reserva Ambiental (Ibiti Projeto); Universidade Federal de Vi&ccedil;osa (UFV) e ICMBio/CPB-Centro Nacional de Pesquisa e Conserva&ccedil;&atilde;o de Primatas Brasileiros</p>

Palavras-chave

<p>Brachyteles; infante; cuidado n&atilde;o-maternal; aloparentalidade; ex-situ.&nbsp;</p>

Área

Comportamento

Autores

Izabela Gonçalves Seco Alvarenga, Fernanda Pedreira Tabacow, Valéria Cristina Paula Ribeiro, Hallana Couto Silva, Priscila Maria Pereira, Mikaelly Frasson Testa, Leandro Santana Moreira, Marcello Silva Nery, Leandro Jerusalinsky, Karen Barbara Strier, Fabiano Rodrigues Melo